Cravo Vermelho
Muito nos foi tirado,
E muito nos foi dado.
Muito nos foi proibido,
E muito nos foi ensinado...
Ao som do amanhã, tocamos as notas do nosso hoje,
Compondo a melodia da nossa trajetória e nossa vida.
Perdemo-nos, resistimos e ao fim nos achamos,
e quando pensávamos estar só, desfalecidos,
em nossas pausas musicais
Era-nos saciada a sede,
e mesmo que os nossos lábios quisessem tocar o céu
Eram embebidos com lágrimas dos sobreviventes.
E quantas vezes não nos era mais permitido viver,
e nos restava correr, fugir e esconder,
porém lutávamos,
pois por mais duro e cruel que fosse o despertar dos nossos sonhos,
Eram capazes sim de quebrar nossos ossos,
Mas jamais foram capazes de penetrarem nossa alma:
Na esperança éramos fortes.
Ao que nos foi tirado,
Vimos muitos partirem sem dizer "adeus"
E os que ficaram,
Seguramos firmes uns aos outros, e...
E cantamos...
E sorrimos...
E choramos...
E sobre-vivemos...
E agora, por mais que tentem nos esconder
e que por alguma razão temam nossa existência,
Fomos eternizados por nossas memórias
e os nossos passos jamais se apagarão nas areias da praia da vida.
Nossas vozes hoje falam mais alto
Na voz daqueles que hoje lutam a nossa causa.
E trazemos a certeza que
"Na Alvorada venceremos"
- Juca de Abreu -