Eu sempre tive um sonho de querer conquistar o mundo, de salvar as pobres pessoas indefesas das garras dos opressores, um sonho em que se baseia num mundo mais igual para todos e mais seguro para os meus filhos. Eu sonho acordado com a possibilidade de atingirmos um potencial, uma maturidade de realmente saber discernir o bem do mal e não apenas brincar de faz de conta.
Sonho durante a noite e espero durante o dia, mas com o passar do tempo vejo que as coisas não mudam. Reconheço que realmente não é tão fácil assim, alcançar o coração e a mente de um povo que há muito tempo tem sido maltratado e escravizado por um sistema “humanitário” que infelizmente se esqueceu da existência do amor ao próximo. Amor ao próximo? Por que falar disso quando nem mesmo se ouve falar de Amor próprio?
Não estou dizendo que o nosso povo não vive mais o amor, mas estou dizendo que o nosso povo não sabe mais amar como realmente deveria ser. O egoísmo tomou conta de muita coisa em nossa vida. Mas ainda há esperança e a nossa opção é acreditar e investir na força do nosso povo, mas de um povo diferente, um povo que sabe amar e respeitar o próximo. Eu acredito num mundo de mudanças, mas acredito também em um mundo de continuidade, de valores e de princípios e que ao seu tempo, se mudarmos nossa forma de pensar, o novo, ou seja o amor, que não é tão novo mas esquecido, tomorá o seu devido lugar.
Sonhava em querer conquistar o mundo, sonhava em ser o responsável de minha própria realização. Sonhava em enxergar um horizonte de forma diferente, vendo o meu povo liberto e feliz, mas minha visão de um mundo novo começará com a idéia de uma restruturação global em uma atividade totalmente local, de dentro para fora. Dessa forma, se agirmos assim, em pouco tempo não haverá mais guerra, não sujaremos mais nossas mãos com sangue inocente e teremos nossa dignidade de volta por termos ficado tanto tempo parados e em silêncio enquanto nossa terra era governada pela tirania e pela impunidade.
Será que sonho acordado demais e que tudo isso não passa de uma utopia? Não! As vezes pego-me conversando comigo mesmo e me perguntando: Para onde iremos ou qual será o nosso fim? E são nesses momentos que me convenço a não deixar de esperar, a não desistir jamais porque eu sei que por mais difícil que pareça ser, por mais insano da minha parte que seja acreditar que um dia o amor reinará, trago uma certeza em meu coração: Na Alvorada eu vencerei e o meu sonho se realizará!
