Thursday 27 May 2010

PRETERITO IMPERFEITO


Quero fazer de algumas palavras dele a minha, até mesmo porque receio que quando ele escreveu isto, o estado de espírito em que estava devia ser semelhante ao meu agora, principalmente se, comparador forem os sentimentos em questão, daí não sobraria dúvida alguma.

Escrevo numa tarde cinzenta e fria
trabalho para espantar a solidão e o meus pensamentos.
Hoje, assumi em público a minha doença e estou mais leve, mais livre,
mas ainda tenho muitos medos,
medo de voar, de amar, de morrer e medo de ser feliz.
Medo de fazer análise e perder a inspiração.
Ganho dinheiro cantando as minhas desgraças.
Comprar uma fazendo e fazer filhos, talvez fosse a maneira de ficar pra sempre na terra, porque discos arranham e quebram.

Cazuza.

Eu diria que livros amassam e rasgam e aforismos vem e com o vento se vão, poderia citar vários pontos concomitantes, principalmente o medo, mas não vamos analisar nada, pois pelo menos para mim a inspiração ainda é importante; ainda não escrevi nenhum livro para se amassarem e rasgarem e nem aforismos para deixarem de existir.

Talvez eu esteja falando de um pretérito que demorará para acontecer e fico aqui me preocupando com esses pensamentos futuristas.

Sempre acreditei que saberia viver de acordo com qualquer situação, que eu possuía o tal do “Savoir Faire” para a vida. Enganei-me! Mas uma coisa não posso negar, estou surpreso comigo mesmo em relação a muita coisa e sei que aqui é um lugar para se viver muitas experiências e que essa Austrália está me ensinando absurdamente em demasia.

Sabe, quero te dizer para que não desista de seu sonho. Eu nem sei se esse realmente é o meu sonho, mas se não for, tenho certeza que correrei atrás dele seja onde quer que ele esteja e como diria Manuel Bandeira, eu preciso achar minha Passárgadas e só assim saberei no amanhã se o meu pretérito é imperfeito ou não.

Bjo para todos